quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Poema para Linconly

O Pai encantado ficou quando encantou
Na dança bonita a moça falou que era flor
O Cheiro-cheiroso que era tão bom na alma ficou
O Pai riu com um deboche superior
A calmaria ali não ficou
Nas palmas girava, nas palmas pulsava: Laroiê Exu, Laroiê.

O Pai encantando encantou,
Quem medo tinha curou.
No canto o Pai girou
O Pai num gesto gracioso seu corpo emprestou
Na bondade infinita, o búzios ele jogou
Passado, presente e futuro, o Pai contou
Eu li com lindos olhos que a verdade ele falou

Vestido de branco a tranqüilidade o pai passou
No seu gesto suave, sua alma criou asas
Com graciosidade esperou
Que usassem o seu corpo
Que trouxessem os recados
Que tirassem as ruindades
Que os peitos afagassem

O sotaque arrastado o Pai arrastou
Ficaram apenas as frases nas vozes das
Marias, das Damas, do Moço
Das terras de lá, o Pai cuida de cá
No mar de lá, joga oferenda pra proteger
Os rios de vida de cá.

O Pai seguirá seu destino
O Pai ajuda caminhos
O Pai se doou, cansou
A Dona Moça, o Par de Calça
Continuaram seguindo
E o Pai, seu destino servindo.
 
Clara Vieira.