segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Para o tempo passar rápido.

E se... esse mundo acabar?
O batom desbotar?
O botão desabotoar?
Se o beijo não tocar?

E se... você olhar quando eu sorrir?
O amargo adocicar
E se a sua volta no seu mundo demorar?
E o seu beijo não chegar?

E se... eu te esperar?
Você vai ficar?
E se as minhas mãos não tocarem as cordas
do teu violão?

E quando eu não te alcançar?
E o meu peito começar a apertar
E você nem notar
Que todas essas notas são para você?

E se... o cinema esvaziar?
Por quanto tempo eu consigo te esperar?
E se o tempo acabar?
E você se atrasar...


Clara Vieira.






sábado, 3 de novembro de 2012

Só o inteiro convém

Hoje eu vou te esperar
Eu vou me arrumar
E quando tu chegares
Eu vou te dizer que eu cansei
Que eu rodei tudo o que eu tinha pra rodar

Não quero mais meias verdade
Meias palavras
Meios abraços
Meio olhares

Porque eu tô me dando frente e verso
E mais um tanto para o rabisco
Hoje eu vou te esperar
Eu vou te dizer
Que hoje só o inteiro me convém

Cansei de meio pecados
Meias pegadas
Meios cigarros
Porque hoje, só hoje, o inteiro me convém.


Clara Vieira.

domingo, 21 de outubro de 2012

Poesia Livre

A minha poesia é assim, torta
Ela é feita de gente
De imaginação
Não tem nada de certeza

Ela é guiada pelo vento do Norte
Tem cheiro de rio
Tem rosas vermelhas
Ela fala de amor

Na minha poesia não trago pudor
Utopia é permitida
Não tem meias verdades
Nem meias declarações

Na minha poesia tem chororô
Ela carrnavaliza a vida, coração
Tem filosofias furadas
As vezes fala de dor

Ela é pintada, bordada, costurada de palavras
que não são rebuscadas
As minhas palavras voam feito poesia...
As minhas poesias são palavras que voam...
Que pousam aonde querem repousar
A minha poesia é Livre!


Clara Vieira.

sábado, 20 de outubro de 2012

20.10- Dia do coração vagabundo.

20.10- Dia do Poeta. Não poderia deixar de pular nesse bloco. Esse bloco que pertence aos donos das canetas que dançam no papel, da tinta que abre um lindo sorriso ao beijar a folha. Esse bloco que pertence aos corações vagabudos. Que pertencem às lágrimas baratas e intensamente sofridas, intensamente vividas, intensamente escritas.
Viva o poeta que eterniza as cenas! Que concretiza e transfere as emoções! Que cria a companhia da melodia! Viva o Poeta que arrepia! Viva o Poeta que olha o mundo com poesia! Viva o Poeta que é Poeta! Viva o Poeta! Viva o Poeta! Vida ao Poeta!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Pré-requisito

Se você vier comigo, benzinho
Tens que saber acompanhar o meu ritmo
Tens que saber sentir o vento
Provas os sabores e dissabores dessa vida

Tens que saber gostar de flores
E dançar sem melodia
Respeitar as gargalhadas
Que eu darei das irônias

Se você vier comigo, neguinho
Terás que ter a paciência de acordar devagarinho
E caminhar bem de mansinho
Tens que ver que sou florida
E que as vezes tenho espinhos

Se me acompanhar, benzinho
Verás um mundo diferente
Tomarás banho de chuva
Enquanto todos abrem o guarda-chuva

Tens que saber gostar e flores
E dançar sem melodia
Respeitar as gargalhadas
Que eu darei das irônias.


Clara Vieira.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Palhaço, palha-aço

A mágia há de brotar
Do sorriso do palhaço
Uma gargalhada surgirá
Do mais tristonho coração.

O palhaço que é palha e aço
E não cansa de mostrar
A alegria no olhar
É só sorriso e diversão.

Cambalhotas e suspiros
Líras, swings, malabares
Nariz vermelho para dar
Passos de um amanhã melhor.

No rosto do palhaço
Ergueu-se muros de gentileza
Colorido, colorindo a dor
Tornando-a menos feia
Tudo terá valido a pena.

Clara Vieira.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Vou acender uma vela.

Vou acender um vela para São Jorge
Uma vela para que voltes
Para que sejas inteiro
Não meio
Pra São Benedito
Vou prometer marabaixar
Lá no Curiaú
Ou dentro do teu quarto
Para não resistires
Ao bendito do encanto
Que eu tenho pra lhe dar
Tô até pensado em implorar
Para a Pomba Gira me judar
Pedir à ela que gires na minha
Que eu quebre tuas pernas
Mas que tu consigas andar
Afinal, eu sou incerta
Não sei ser tão correta
Eu só quero te encantar.

Clara Vieira.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Com amor, tudo!

''Quero tudo o que for verdadeiro
Tudo o que for inteiro
Sem medo
Como amor, tudo!
Quero o infinito
A transformação
Não quero metades!
Pedaços, só se forem de retalhos
Para eu costurar com linhas de seda
E agulhas de veludo.''  

Cocentração II

A alegoria não pode parar! No meio de tantas mudanças, bem-vindas mudanças, tive que descançar um pouco o coração, mas a alegoria não pode parar! E com tantas mudanças vieram tantas outras pessoas e tantas outras coisas e tantos novos mundos e muitos carnavais... Nada pode parar! O bloco está nas ruas novamente, e é com muito carinho que eu os convidos a pulá-lo comigo, vamos carnavalizar a vida, corações!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Poema para Linconly

O Pai encantado ficou quando encantou
Na dança bonita a moça falou que era flor
O Cheiro-cheiroso que era tão bom na alma ficou
O Pai riu com um deboche superior
A calmaria ali não ficou
Nas palmas girava, nas palmas pulsava: Laroiê Exu, Laroiê.

O Pai encantando encantou,
Quem medo tinha curou.
No canto o Pai girou
O Pai num gesto gracioso seu corpo emprestou
Na bondade infinita, o búzios ele jogou
Passado, presente e futuro, o Pai contou
Eu li com lindos olhos que a verdade ele falou

Vestido de branco a tranqüilidade o pai passou
No seu gesto suave, sua alma criou asas
Com graciosidade esperou
Que usassem o seu corpo
Que trouxessem os recados
Que tirassem as ruindades
Que os peitos afagassem

O sotaque arrastado o Pai arrastou
Ficaram apenas as frases nas vozes das
Marias, das Damas, do Moço
Das terras de lá, o Pai cuida de cá
No mar de lá, joga oferenda pra proteger
Os rios de vida de cá.

O Pai seguirá seu destino
O Pai ajuda caminhos
O Pai se doou, cansou
A Dona Moça, o Par de Calça
Continuaram seguindo
E o Pai, seu destino servindo.
 
Clara Vieira.